Isabel Cristina Leopoldina Augusta Micaela Gabriela Gonzaga de Bragança, a Princesa Isabel, nasceu no palácio de São Cristóvão, na cidade do Rio de Janeiro no ano de 1846. Tornou-se a herdeira do trono brasileiro, após a morte prematura do irmão mais velho.
Filha de D.Pedro II, passou para a história do Brasil como a responsável pela assinatura da Lei Áurea, que aboliu a escravidão no Brasil, em 13 de maio de 1888.
Princesa Isabel era casada com um nobre francês, o Conde D’eu. Ela assumiu a regência do trono do Brasil em três situações em que o imperador estava viajando. Foi responsável também pela assinatura da Lei do Ventre Livre (1871), que estabeleceu liberdade aos filhos dos escravos a partir daquela data.
Com o enfraquecimento da monarquia e o estado de saúde complicado do imperador, começou a receber muitas críticas e ataques de oposicionistas republicanos, que temiam a instauração de um terceiro reinado. Por ser francês, o marido da princesa também foi muito atacado neste momento.
Após a queda da monarquia e a Proclamação da República (15 de novembro de 1889), foi morar, com a família real, na Europa. Morreu na França no ano de 1921.
O Rio de Janeiro, capital do estado homônimo, é a segunda maior metrópole do Brasil, situada no Sudeste do país. Cidade brasileira mais conhecida no exterior, maior rota do turismo internacional no Brasil e principal destino turístico na América Latina e em todo Hemisfério Sul, a capital fluminense funciona como um "espelho", ou "retrato" nacional, seja positiva ou negativamente.
É um dos principais centros econômicos, culturais e financeiros do país, sendo internacionalmente conhecida por diversos ícones culturais e paisagísticos, como o Pão de Açúcar, a estátua do Cristo Redentor (uma das sete maravilhas do mundo moderno), as praias dos bairros de Copacabana, Ipanema e Barra da Tijuca (entre outros), o Estádio do Maracanã, o Estádio Olímpico João Havelange, a floresta da Tijuca, a Quinta da Boa Vista, a ilha de Paquetá, o Réveillon de Copacabana e o Carnaval.
Representa o segundo maior PIB do país (e o 30º maior do mundo), estimado em cerca de 140 bilhões de reais (IBGE/2007), e é sede das duas maiores empresas brasileiras – a Petrobras e a Vale, e das principais companhias de petróleo e telefonia do Brasil, além do maior conglomerado de empresas de mídia e comunicações da América Latina, as Organizações Globo. Contemplado por grande número de universidades e institutos, é o segundo maior pólo de pesquisa e desenvolvimento do Brasil, responsável por 17% da produção científica nacional – segundo dados de 2005. Rio de Janeiro é considerada uma cidade global beta pelo inventário de 2008 da Universidade de Loughborough (GaWC).
Foi capital do Brasil Colônia a partir de 1763, capital do Império Português na época das invasões de Napoleão, capital do Império do Brasil, e capital da República até a inauguração de Brasília, na década de 1960. É também conhecida por Cidade Maravilhosa, e aquele que nela nasce é chamado de carioca.
A história da cidade de Salvador inicia-se 48 anos antes de sua fundação oficial com a descoberta da Baía de Todos os Santos, em 1501. A Baía reunia qualidades portuárias e de localização, o que a tornou referência para os navegadores, passando a ser um dos pontos mais conhecidos e visitados do Novo Mundo. Isso fomentou a idéia de construção da cidade. O rei D. João III, então, nomeou o militar e político Thomé de Sousa para ser o Governador-geral do Brasil e fundar, às margens da Baía, a primeira metrópole portuguesa na América.
Em 29 de março de 1549, a armada portuguesa aportava na Vila Velha (hoje Porto da Barra), comandada pelo português Diogo Alvares, o Caramuru. Era fundada oficialmente a cidade de Cidade do São Salvador da Baía de Todos os Santos, que desempenhou um papel estratégico na defesa e expansão do domínio lusitano entre os séculos XVI e XVIII, sendo a capital do Brasil de 1549 a 1763.
O trecho que vai da atual Praça Castro Alves até a Praça Municipal, o plano mais alto do sítio, foi escolhido para a construção da cidade fortaleza. Thomé de Souza chegou com uma tripulação de cerca de mil homens – entre voluntários, marinheiros soldados e sacerdotes, que ajudaram na fundação e povoação de Salvador.
Em 1550, os primeiros escravos africanos vieram da Nigéria, Angola, Senegal, Congo, Benin, Etiópia e Moçambique. Com o trabalho deles, a cidade prosperou, principalmente devido a atividade portuária, cultura da cana de açúcar e comercialização o algodão o fumo e gado do Recôncavo.
A riqueza da Capital atraiu a atenção de estrangeiros, que promoveram expedições para conquistá-la. Durante 11 meses, de maio de 1624 ao mês de abril de 1625, Salvador ficou sob ocupação holandesa. Em 1638, mais uma tentativa de invasão da Holanda, desta vez com o Conde Maurício de Nassau que não obteve êxito.
A cidade foi escolhida como refúgio pela família real portuguesa ao fugir das investidas de Napoleão na Europa, em 1808. Nessa ocasião, o príncipe regente D. João abriu os portos às nações amigas e fundou a escola médico-cirúrgica, primeira faculdade de medicina do País.
Em 1823, mesmo um ano depois da proclamação da Independência do Brasil, a Bahia continuou ocupada pelas tropas portuguesas do Brigadeiro Madeira de Mello. No dia 2 de julho do mesmo ano, Salvador foi palco de um dos mais importantes acontecimentos históricos para o estado e que consolidou a total independência do Brasil. A data passou a ser referência cívica dos baianos, comemorada anualmente com intensa participação popular.
Dos planos iniciais de D. João III, expressos na ordem de aqui ser construída "A fortaleza e povoação grande e forte", o compromisso foi cumprido por Thomé de Souza e continuado pelos que os sucedem. São filhos de Catarina e Caramuru, que se misturaram com os negros da mãe África e legaram à Salvador a força de suas raças criando um povo “gigante pela própria natureza”.
Recife é um município brasileiro, capital do estado de Pernambuco. Localizado às margens do oceano Atlântico, o município possui uma área de 217,494 km² e uma população de 1.561.659 de pessoas. É a sede da área metropolitana que leva seu nome: a Região Metropolitana do Recife, com 3,73 milhões de habitantes. É classificada pelo IBGE como uma metrópole nacional. Em recente estudo do instituto, o Recife aparece como metrópole da quarta maior rede urbana do Brasil em população. O Recife, das capitais estaduais atuais, é a mais antiga do Brasil.
Desempenha um forte papel de centralizador econômico em seu estado e região, com uma área de influência que abrange inclusive outras capitais, como João Pessoa, Maceió, Natal e Aracaju. Sua área metropolitana inclui, além da capital pernambucana, mais 14 cidades do Grande Recife, concentrando 65% do PIB estadual.
Destaca-se por possuir o mais importante pólo médico do Norte/Nordeste; um grande pólo tecnológico, o Porto Digital, que abriga várias empresas multinacionais; uma forte indústria de construção civil: a cidade detém grande número de arranha-céus em comparação a outras capitais do país.
Com um grande potencial turístico e forte vocação para o turismo de negócios, frequentemente é escolhida como sede de diversos eventos, como simpósios, jornadas e congressos. O Aeroporto Internacional do Recife é o maior da região em capacidade anual de passageiros e está entre os mais modernos do país, tendo sido eleito um dos 5 melhores aeroportos do mundo pelas companhias de aviação. Em seu sistema de transporte público, conta com uma frota de 4.600 ônibus, que transportam 1,7 milhão de passageiros por dia e um eficiente sistema de Metrô, onde embarcam 210 mil pessoas diariamente.
O nome "Recife" provém da palavra arrecife, grande barreira rochosa de arenito (recifes) que se estende por toda a sua costa, formando piscinas naturais.
Geralmente, o nome do município dentro de frases é acompanhado de artigo masculino, como acontece com os municípios do Rio de Janeiro, do Crato, do Cabo de Santo Agostinho e outros.
São Vicente é um município do estado de São Paulo, na Região Metropolitana da Baixada Santista, na microrregião de Santos. A população estimada em 2006 era de 329 370 habitantes e a área é de 148 km², o que resulta numa densidade demográfica de 2123,73 hab/km².
Foi a primeira vila fundada pelos portugueses na América, em 1532. Hoje, a cidade, situada na metade ocidental da Ilha de São Vicente, que compartilha com Santos, baseia a sua economia no comércio e turismo.
Parte do município se estende pelo continente, em duas porções distintas: o bairro de Japuí, ligado à cidade por uma ponte construída em 1914 pelo engenheiro Saturnino de Brito no caminho que ruma a Praia Grande, e o distrito de Samaritá, que inclui também os bairros do Conjunto Humaitá, Parque Continental, Parque das Bandeiras, Jardim Rio Branco, Samaritá, Vila Ema e o Quarentenário, situados ao longo da Rodovia Padre Manuel da Nóbrega, entre Cubatão, Praia Grande e os contrafortes da Serra do Mar.
História
Fundação de São Vicente, por Benedito Calixto.Quando a expedição portuguesa comandada por Gaspar de Lemos chegou ao Brasil, em 22 de janeiro de 1502, deu à ilha o nome de São Vicente, pois o local era conhecido, até então, como Ilha de Gohayó.
Outro fidalgo português, Martim Afonso de Sousa, nomeado pelo rei de Portugal Dom João III donatário de duas capitanias hereditárias que incluiam a ilha, foi enviado pela coroa portuguesa para explorar a nova colônia e colocar marcos territoriais no litoral atlântico e no Rio da Prata, fundou então a vila de São Vicente em 22 de janeiro de 1532. Por ter sido a primeira vila fundada no Brasil, ostenta o título de 'cellula mater' dos municípios brasileiros.
Martim Afonso instalou então em sua nova vila os símbolos do poder organizado, construindo um pelourinho, uma igreja e uma câmara, realizando em 22 de agosto de 1532 as primeiras eleições em todo o continente americano. Como atividade econômica começou a cultura da cana e a instalação de engenhos para a manufatura do açúcar, principal produto do período colonial. Mas a implantação deste esquema exigiu atividades complementares, consideradas secundárias, porém fundamentais para a produção açucareira. Estas eram a pecuária e a agricultura de subsistência. As primeiras cabeças de gado a chegarem ao Brasil vieram do arquipélago de Cabo Verde, em 1534, para a capitania de São Vicente.
São Paulo é também conhecida como "Terra da garoa" e "Sampa"
São Paulo é um município brasileiro, capital do estado de São Paulo e principal centro financeiro, corporativo e mercantil da América Latina. Maior cidade do Brasil, das Américas e de todo o hemisfério Sul, São Paulo é a cidade brasileira mais influente no cenário global, sendo considerada a 14ª cidade mais globalizada do planeta, recebendo a classificação de cidade global alfa, por parte do Globalization and World Cities Study Group & Network (GaWC).
A cidade é mundialmente conhecida e exerce significativa influência nacional e internacional, seja do ponto de vista cultural, econômico ou político. Conta com importantes monumentos, parques e museus, como o Memorial da América Latina, o Museu da Língua Portuguesa, o MASP, o Parque Ibirapuera, o Jardim Botânico de São Paulo e a avenida Paulista, e eventos de grande repercussão, como a Bienal Internacional de Arte, o Grande Prêmio do Brasil de Fórmula 1, São Paulo Fashion Week e a São Paulo Indy 300.
Décima cidade mais rica do mundo, o município representa, isoladamente, 12,26% de todo o PIB brasileiro e 36% de toda a produção de bens e serviços do estado de São Paulo, sendo sede de 63% das multinacionais estabelecidas no Brasil, além de ter sido responsável por 28% de toda a produção científica nacional em 2005.
São Paulo é a sexta maior cidade do planeta e sua região metropolitana, com 19.223.897 habitantes, é a sexta maior aglomeração urbana do mundo. Regiões muito próximas a São Paulo são também regiões metropolitanas do estado, como Campinas e Baixada Santista; outras cidades próximas compreendem aglomerações urbanas em processo de conurbação, como São José dos Campos, Sorocaba e Jundiaí. A população total dessas áreas somada à da capital – o chamado Complexo Metropolitano Estendido – ultrapassa 29 milhões de habitantes, aproximadamente 75% da população do estado inteiro. As regiões metropolitanas de Campinas e de São Paulo já formam a primeira macrometrópole do hemisfério sul, unindo 65 municípios que juntos abrigam 12% da população brasileira.
História
Período colonial
"Fundação de São Paulo" (1913) por Antônio Parreiras.A povoação de São Paulo de Piratininga surgiu, em 25 de janeiro de 1554, com a construção de um colégio jesuíta, por 12 padres, entre eles Manuel da Nóbrega e José de Anchieta, no alto de uma colina escarpada, entre os rios Anhangabaú e Tamanduateí. Tal colégio, que funcionava num barracão feito de taipa de pilão, tinha por finalidade a catequese dos índios que viviam na região do Planalto de Piratininga, separados do litoral pela Serra do Mar, chamada pelos índios de "Serra de Paranapiacaba".
O nome "São Paulo" foi escolhido porque o dia da fundação do colégio foi 25 de janeiro, dia no qual a Igreja Católica celebra a conversão do apóstolo Paulo de Tarso, conforme informa o padre José de Anchieta em carta aos seus superiores da Companhia de Jesus: "A 25 de Janeiro do Ano do Senhor de 1554 celebramos, em paupérrima e estreitíssima casinha, a primeira missa, no dia da conversão do Apóstolo São Paulo, e, por isso, a ele dedicamos nossa casa!"
O povoamento da região do Pátio do Colégio teve início, em 1560, quando, na visita de Mem de Sá, governador-geral do Brasil, à Capitania de São Vicente, este ordenou a transferência da população da Vila de Santo André da Borda do Campo, que fora criada por Tomé de Sousa em 1553, para os arredores do colégio, denominado "Colégio de São Paulo de Piratininga", local alto e mais adequado (uma colina escarpada vizinha a uma grande várzea, a Várzea do Carmo) para se proteger dos ataques dos índios. Desta forma, em 1560, a Vila de Santo André da Borda do Campo foi transferida para a região do Pátio do Colégio de São Paulo e passou a se denominar Vila de São Paulo, pertencente à Capitania de São Vicente.
Pátio do Colégio, no Centro Histórico de São Paulo, construção implantada em sítio considerado a primeira ocupação da cidade.São Paulo permaneceu, durante os dois séculos seguintes, como uma vila pobre e isolada do centro de gravidade da colônia, o litoral, e se mantinha por meio de lavouras de subsistência. São Paulo foi por muito tempo a única vila no interior do Brasil. Esse isolamento de São Paulo se dava principalmente porque era dificílimo subir a Serra do Mar, a pé, da Vila de Santos ou da Vila de São Vicente para o Planalto de Piratininga. Subida esta que era feita pelo Caminho do Padre José de Anchieta. Mem de Sá proibira o uso do Caminho do Piraiquê (hoje Piaçagüera), por ser, nele, frequentes os ataques dos índios.
Em 22 de março de 1681, O Marquês de Cascais, donatário da Capitania de São Vicente, transfere a capital da Capitania de São Vicente para a Vila de São Paulo, que passa a ser a "Cabeça da Capitania". A nova capital é instalada, em 23 de abril de 1683, com grandes festejos públicos.
Por ser a região mais pobre da colônia portuguesa na América, em São Paulo teve início a atividade dos bandeirantes, que se dispersaram pelo interior do país à caça de índios porque, sendo extremamente pobres, os paulistas não podiam comprar escravos africanos. Saíam, também, em busca de ouro e de diamantes.
A descoberta do ouro na região de Minas Gerais, na década de 1690, fez com que as atenções do reino se voltassem para São Paulo. Foi criada, então, em 3 de novembro de 1709, a nova "Capitania Real de São Paulo e Minas do Ouro", quando foram compradas, pela coroa portuguesa, a Capitania de São Paulo e a Capitania de Santo Amaro, de seus antigos donatários.
Em 11 de julho de 1711, a Vila de São Paulo é elevada à categoria de cidade. Logo em seguida, por volta de 1720, é encontrado ouro, pelos bandeirantes, nas regiões onde se encontram hoje a cidade de Cuiabá e a Cidade de Goiás, fato que levou à expansão do território brasileiro para além da Linha de Tordesilhas.
Quando o ouro esgotou, no final do século XVIII, teve início o ciclo econômico paulista da cana de açúcar, que se espalhou pelo interior da Capitania de São Paulo. Pela cidade de São Paulo era escoada a produção açucareira para o Porto de Santos. Nesta época, foi construída a primeira estrada moderna entre São Paulo e o litoral: A Calçada do Lorena.
Período imperial
Monumento à independência no Parque da Independência, situado no local onde foi proclamada a independência do Brasil.Após a Independência do Brasil, ocorrida onde hoje fica o Monumento do Ipiranga, São Paulo recebeu o título de Imperial Cidade, conferido por Dom Pedro I do Brasil em 1823. Em 1827, houve a criação de cursos jurídicos no Convento de São Francisco (que daria origem à futura Faculdade de Direito do Largo de São Francisco), e isso deu um novo impulso de crescimento à cidade, com o fluxo de estudantes e professores, graças a qual, a cidade passa a ser denominada Imperial Cidade e Burgo dos Estudantes de São Paulo de Piratininga.
Outro fator do crescimento de São Paulo foi a expansão da produção do café, inicialmente na região do Vale do Paraíba paulista, e depois nas regiões de Campinas, Rio Claro, São Carlos e Ribeirão Preto. De 1869 em diante, São Paulo passa a beneficiar-se de uma ferrovia que liga o interior da província de São Paulo ao porto de Santos, a Estrada de Ferro Santos-Jundiaí, chamada de A Inglesa.
São Paulo em 1821. Aquarela de Arnaud Julien Pallière, representando a Várzea do Carmo.Surgem, no final do século XIX, várias outras ferrovias que ligam o interior do estado à capital São Paulo. São Paulo tornou-se, então, o ponto de convergência de todas as ferrovias vindas do interior do estado. A produção e exportação de café permite à cidade e à província de São Paulo, depois chamada de Estado de São Paulo, um grande crescimento econômico e populacional.
De meados desse século até o seu final, foi o período que a província começou a receber uma grande quantidade de imigrantes, em boa parte italianos, dos quais muitos se fixaram na capital, e as primeiras indústrias começaram a se instalar.
República Velha
Cartão-postal da avenida Paulista em 1902.Com o fim do Segundo Reinado e início da República a cidade de São Paulo, assim como o estado de São Paulo, tem grande crescimento econômico e populacional, também auxiliado pela política do café com leite e pela grande imigração europeia e asiática para São Paulo. Sobre o grande número de imigrantes na capital paulista, Cornélio Pires recolheu, em seu livro "Sambas e Cateretês", uma modinha, de 1911, de Dino Cipriano, que descreve a impressão que o homem do interior tinha da capital paulista: "!Só úa coisa aquí in S. Pólo que eu já ponhei in reparo: que só se vê é estrangero! Brasilêro é muito raro! "
Durante a República Velha (1889-1930), São Paulo passou de centro regional a metrópole nacional, se industrializando e chegando a seu primeiro milhão de habitantes em 1928. Seu maior crescimento, neste período, relativo se deu, na década de 1890, quando dobrou sua população. O auge do período do café é representado pela construção da segunda Estação da Luz (o atual edifício) no fim do século XIX e pela avenida Paulista em 1900, onde se construíram muitas mansões.
O vale do rio Anhangabaú é ajardinado e a região situada à sua margem esquerda passa a ser conhecida como Centro Novo. A sede do governo paulista é transferida, no início do século XX, do Pátio do Colégio para os Campos Elísios. São Paulo abrigou, em 1922, a Semana de arte moderna que foi um marco na história da arte no Brasil. Em 1929, São Paulo ganha seu primeiro arranha-céu, o edifício Martinelli.
Palácio dos Correios em 1922.Os melhoramentos realizados na cidade pelos administradores Conselheiro Antônio da Silva Prado, o Barão de Duprat e o Dr. Washington Luís, que governaram de 1899 a 1919, contribuem para o clima de desenvolvimento da cidade: alguns estudiosos consideram que a cidade inteira foi demolida e reconstruída naquele período.
Com o crescimento industrial da cidade, no século XX, para a qual contribuiu também as dificuldades de acesso às importações durante a Primeira Guerra Mundial, a área urbanizada da cidade passou a aumentar, sendo que alguns bairros residenciais foram construídos em lugares de chácaras. A partir da década de 1920 com a retificação do curso de rio Pinheiros e reversão de suas águas para alimentar a Usina Hidrelétrica Henry Borden, terminaram os alagamentos nas proximidades daquele rio, permitindo que surgisse na zonal sul de São Paulo, loteamentos de alto padrão conhecido hoje como a "Região dos Jardins".
São Paulo de 1930 até hoje
Tropas gaúchas acampadas na área do Instituto Biológico (futuro Parque do Ibirapuera) durante a Revolução Constitucionalista de 1932.Em 1932, São Paulo se mobiliza no seu maior movimento cívico: a revolução constitucionalista, quando toda a população se engaja na guerra contra o "Governo Provisório" de Getúlio Vargas. Em 1934, com a reunião de algumas faculdades criadas no século XIX e a criação de outras, é fundada a Universidade de São Paulo, hoje a maior do Brasil. Outro grande surto industrial deu-se, durante a Segunda Guerra Mundial, devido à crise na cafeicultura na década de 1930 e às restrições ao comércio internacional durante a guerra, o que fez a cidade ter uma taxa de crescimento econômico muito elevada que se manteve elevada no pós-guerra.
Em 1947, São Paulo ganha sua primeira rodovia asfaltada: A Via Anchieta, (construída sobre o antigo traçado do Caminho do Padre José de Anchieta), liga a capital ao litoral paulista. Na década de 1950, São Paulo era conhecida como A cidade que não pode parar e como A cidade que mais cresce no mundo. São Paulo realizou uma grande comemoração, em 1954, do "Quarto Centenário" de fundação da cidade. É inaugurado o Parque do Ibirapuera, lançados muitos livros históricos e descoberta a nascente do rio Tietê em Salesópolis. Com a transferência, a partir da década de 1950, de parte do centro financeiro da cidade que fica localizado no centro histórico, (na região chamada de "Triângulo Histórico") para a Avenida Paulista, as suas mansões foram, na sua maioria, substituídas por grandes edifícios.
Vila Olímpia, na região da avenida Faria Lima, um dos símbolos da mudança do perfil econômico da cidade.No período da década de 1930 até a década de 1960, os grandes empreendedores do desenvolvimento de São Paulo foram o prefeito Francisco Prestes Maia e o governador Ademar de Barros. Prestes Maia projetou e implantou, na década de 1930, o "Plano de Avenidas de São Paulo", que revolucionou o trânsito de São Paulo.
Estes dois governantes são os responsáveis, também, pelas duas maiores intervenções urbanas, depois do Plano de Avenidas, e que mudaram São Paulo:
A retificação do rio Tietê com a construção de suas marginais;
O Metrô de São Paulo: Em 13 de fevereiro de 1963, O governador Ademar de Barros e o prefeito Prestes Maia criaram as comissões (estadual e municipal) de estudos para a elaboração do projeto básico do Metrô de São Paulo, e destinaram ao Metrô suas primeiras verbas. Naquele ano, São Paulo somava quatro milhões de habitantes.
Iniciado a sua construção em 1968, na gestão do prefeito José Vicente de Faria Lima, o metrô paulistano começou a operar comercialmente em 14 de setembro de 1974.
Atualmente, o crescimento tem-se desacelerado, devido ao crescimento industrial de outras regiões do Brasil. As últimas décadas atestaram uma nítida transformação em seu perfil econômico, que vem adquirindo, cada vez mais, matizes de um grande polo nacional de serviços e negócios, sendo considerada, hoje, um dos mais importantes centros de comércio global da América Latina.
Ouro Preto nasce com a descoberta do ouro. Antes mesmo de 1700, o espírito de aventura e o ímpeto pela riqueza fácil levam à região centenas de aventureiros, em sua maioria portugueses e paulistas (chamados bandeirantes). Segundo a lenda, ao meter a gamela no Ribeirão Tripuí para matar sua sede, um homem encontra no fundo algumas pedras negras e resolve guardá-las. De volta a Taubaté, em São Paulo, de onde partira sua bandeira, repassa as pedras a outro homem, e estas chegam às mãos do então governador do Rio de Janeiro, Artur de Sá e Menezes. Num gesto despretensioso, o governador leva à boca uma das pedras e, trincando-a com os dentes, identifica o tão cobiçado metal.
A notícia logo se espalha e com ela o registro de que o achado de ouro teria ocorrido nas proximidades de uma formação rochosa chamada pelos índios de Pico do Itacolomi. Inúmeras expedições partem em busca do famoso local, mas sem sucesso retornam ao ponto de partida. Até que em 1698 o paulista Antônio Dias de Oliveira alcança a região do Itacolomi e, descobrindo um veio riquíssimo, resolve se estabelecer, mandado buscar amigos e parentes em Taubaté.
A partir daí, aumenta o número de bandeiras que se dirigem à região. O metal é abundante, encontrado no leito e às margens dos rios e na encosta dos morros. Em sinal de devoção cristã e agradecimento, os bandeirantes erguem rústicas capelas em adobe e palha. Numa dessas construções, possivelmente a atual Capela de São João Batista, o Padre João de Faria Fialho celebra a primeira missa da região. A atividade mineradora torna-se naturalmente a mais importante, e a inexistência de trabalho agrícola provoca fome e faz com que muitos aventureiros abandonem seus achados e retornem às suas terras de origem, retardando a efetiva ocupação do território.
Apesar dos problemas de alimentação, novos aventureiros alcançam o eldorado. Entre 1708 e 1709, paulistas — os primeiros descobridores da região — se revoltam contra os forasteiros, em sua maioria portugueses, baianos e pernambucanos. A rivalidade entre os dois grupos e a preponderância administrativa dos paulistas, que fazem a distribuição de veios de ouro, culmina na Guerra dos Emboabas. Liderados pelo comerciante português Manuel Nunes Viana, os forasteiros saem vitoriosos, tornando mais democrática a aventura do ouro.
Após o conflito, incrementa a vida da localidade o desenvolvimento de incipientes arraiais mineradores: Padre Faria, Antônio Dias, Paulistas, Bom Sucesso, Taquaral, Sant' Ana, São João, Ouro Podre, Piedade, Ouro Preto e Caquende. A cada dia os pequenos arruamentos ganham novas edificações, e o comércio surge com certa intensidade, dando configuração urbana à primitiva região mineradora. O visível crescimento desses arraiais leva o governador da capitania Antônio de Albuquerque Coelho de Carvalho a criar, em 1711, Vila Rica.
O arraial do Ouro Podre é o que mais prospera. O comerciante português Pascoal da Silva Guimarães enriquece com o ouro encontrado nas encostas do morro do Ouro Podre, tornando-se seu maior explorador. Indignado com o início do controle português e a cobrança de impostos, que exigia o recolhimento da quinta parte do ouro extraído aos cofres da Coroa, incita a rebelião conhecida como Sedição de Vila Rica. Para pôr fim ao movimento, o governador Dom Pedro de Almeida, Conde de Assumar, toma medidas drásticas: manda prender e enforcar Felipe dos Santos, fiel partidário de Pascoal da Silva, e incendeia o arraial do Ouro Podre, conhecido ainda hoje como Morro da Queimada.
Com o correr do tempo, os arraiais mineradores crescem e a distância que os separa diminui. Os arraiais de Antônio Dias e Ouro Preto se unem no morro de Santa Quitéria, onde hoje está a Praça Tiradentes. A rua principal toma sentido longitudinal, ligando as três colinas que vão formar a futura cidade de Ouro Preto: Cabeças, Praça Tiradentes e Santa Efigênia e, mais abaixo, o Padre Faria. O arraial de Ouro Preto forma com o de Antônio Dias o núcleo de Vila Rica, impondo seu nome, que tem origem nas primeiras descobertas do metal precioso.
De 1730 a 1760, a produção aurífera atinge seu apogeu. Sabe-se que entre 1735 e 1751 o quinto do ouro chegou a 34.275 quilos, o que leva à soma de 2.142 quilos recolhidos por ano pela Coroa. Essa é a fase gloriosa de Ouro Preto, assinalada por suas sofisticadas construções e festas barrocas. A mais famosa delas foi o Triunfo Eucarístico procissão que trasladou o Santíssimo Sacramento da Igreja de Nossa Senhora do Rosário para a Matriz de Nossa Senhora do Pilar, por ocasião de sua inauguração. A riqueza e a pompa do cortejo foram minuciosamente descritas pelo cronista Simão Ferreira Machado, revelando o fausto da vida social da época.
Ao final do governo Gomes Freire, em 1763, já se vislumbra a decadência do ouro e o iminente colapso econômico. As dificuldades de se extrair mais ouro levam o governo português a criar novos impostos, sem se preocupar em dinamizar a economia colonial. Alguns anos depois, o novo governador de Vila Rica, Visconde de Barbacena, toma a si a missão de lançar a derrama, imposto compulsório sobre os rendimentos atrasados do quinto do ouro, que, em 1788, ultrapassavam oito mil quilos.
O inconformismo com a situação econômica, as informações sobre as revoltas na França e na América do Norte e a ideologia iluminista infiltrada na sociedade mineradora fazem nascer no seio de Vila Rica a consciência revolucionária. As camadas mais abastadas — comerciantes, intelectuais e militares — conspiram e tramam a conjuração mineira em favor do ideal libertário, visando à separação da colônia de Portugal e à proclamação da independência. Mas o movimento, que ficou conhecido como Inconfidência Mineira, é frustrado pela denúncia do Coronel Joaquim Silvério dos Reis ao Visconde de Barbacena em 1789. Faziam parte do movimento Tomás Antônio Gonzaga, Cláudio Manuel da Costa, Inácio José de Alvarenga Peixoto, Cônego Luís Vieira da Silva, Franscisco Paula Freire de Andrade, José Álvares Maciel e os padres José de Oliveira Rolim e Carlos Correia de Toledo, além do alferes Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes. Como mostra da força repressora da Coroa, os líderes do movimento são punidos com o exílio, e Tiradentes é condenado à morte. Enforcado e esquartejado no Rio de Janeiro, sua cabeça ficou exposta em Vila Rica, na atual Praça Tiradentes. Os padres cumpriram pena em conventos de Lisboa e os demais participantes foram banidos para a África.
No início do século XIX, a principal atividade do país é a agricultura, com a introdução da lavoura de café em São Paulo e nos estados do sul. Vila Rica deixa de ser a referência econômica do país, mas continua politicamente ativa. Em 1823, é elevada a capital da Província de Minas Gerais, passando a se chamar Imperial Cidade de Ouro Preto. Sua vocação cultural é reforçada com a criação de duas escolas de nível superior: a Escola de Farmácia, em 1839, primeira da América Latina, e a Escola de Minas de Ouro Preto, criada por ato de Dom Pedro II, em 1876, e implantada pelo francês Claude-Henri Gorceix. Com a proclamação da República, em 1889, Ouro Preto permanece como capital de Minas Gerais até 1897, quando é inaugurada Belo Horizonte, planejada e construída para esse fim. A partir daí, a cidade esvazia-se por completo. Além dos setores administrativos e econômicos, famílias inteiras transferem-se para a nova capital, deixando para trás memórias de um passado glorioso.
A perda do papel administrativo de sede do Estado será fato de grande importância para a conservação das feições urbanas da antiga Vila Rica, que, sem a necessidade do acelerado crescimento imposto às capitais brasileiras no século XX, mantém praticamente inalterado seu conjunto arquitetônico, artístico e natural. Em 1924, a cidade é visitada pelos modernistas Oswald de Andrade, Mário de Andrade, Tarsila do Amaral, acompanhados do poeta francês Blaise Cendrars. Esses artistas agitavam o país com sua nova estética, lançada na Semana de 22, em São Paulo, que mudaria definitivamente os padrões da arte no Brasil. A visita serviu para revalorizar o barroco como estilo nacional, despertando o interesse pela figura de Aleijadinho no país e no mundo. Desde então, e sobretudo após a criação da Universidade Federal de Ouro Preto, em 1969, a cidade mantém sua vocação artística e cultural graças às suas escolas centenárias, aos festivais de arte e à realização de festas tradicionais.
Ao longo dos anos, a preocupação com a preservação de Ouro Preto se concretizou através de sucessivas medidas oficiais. Em 1931, o prefeito João Batista Ferreira Velloso proíbe construções que alterem o 'facies' colonial da cidade. Dois anos depois, é decretada Monumento Nacional, sendo inscrita em 1938 no Livro de Tombo do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, SPHAN. Em 1944, ano do bicentenário do poeta e inconfidente Tomás Antônio Gonzaga, a criação do Museu da Inconfidência reforça a relevância histórica e artística de Ouro Preto no cenário nacional. Em 1980, após importantes estudos feitos por uma equipe de especialistas vinculados à Unesco, a cidade é reconhecida como Patrimônio Cultural da Humanidade.
Elementos do dia-a-dia, como receitas culinárias e contos infantis, também ajudam na alfabetização de uma criança
Você sabia que os pais também podem ajudar na alfabetização de seus filhos? Isso mesmo! Mas não se preocupe, pois não se trata de ter de ensinar formalmente a criança a ler e a escrever, função esta do professor. Você pode, isso sim, tornar o ambiente de convivência da criança repleto de atos de leitura e escrita, de forma a inseri-la desde cedo no mundo das letras. Em suma, deixar o ambiente doméstico mais alfabetizador. “Isso acontece quando, por exemplo, a mãe deixa bilhetinhos na porta da geladeira, apontando a finalidade do ato para a criança: ‘vamos deixar esse recadinho para o papai avisando-o que iremos nos atrasar para o jantar’. Ou quando, antes de começar um novo jogo (de tabuleiro, por exemplo), ela propõe ao filho que eles leiam as regras juntos”. Quando a criança é inserida nessas atividades rotineiras, ela acaba percebendo a função real da escrita e da leitura, e como elas são importantes para a nossa vida. E, dada sua curiosidade nata, ela vai querer participar cada vez mais e buscar o conhecimento dos pais.
A criança que cresce em constante contato com a leitura e a escrita acaba se apropriando da língua escrita de maneira mais autoral e adquirindo experiências que vão fazer a diferença na hora de ela aprender a ler e a escrever efetivamente. “Isso explica o fato de, numa mesma sala de 1º ano, professores se depararem com algumas crianças praticamente alfabetizadas e outras que sequer entendem a função do bilhetinho na porta da geladeira ou que a linguagem escrita se relaciona com a oral, porque viveram experiências muito discrepantes em casa”.
Leia abaixo as 10 maneiras de deixar o ambiente de sua casa mais alfabetizador, ajudando seu filho a passar com tranquilidade pela alfabetização o que, aliás, é fundamental para ele ter sucesso nas etapas futuras do aprendizado e do conhecimento.
1) Deixar bilhetinhos ou escrever cartas 2) Preparar receitas culinárias na presença da criança 3) Ler histórias 4) Ser um modelo de leitor 5) Explorar rótulos de embalagens 6) Fazer lista de compras com seu filho 7) Aproveitar as situações da rua 8) Fazer convites de aniversário com a criança 9) Apontar outros materiais escritos 10) respeitar o ritmo da criança Fonte:Atividades da Tia Angélica