domingo, 25 de abril de 2010

ARMADILHAS DA LÍNGUA PORTUGUESA

Tautologia é o termo usado para definir um dos vícios de linguagem. Consiste na repetição de uma ideia, de maneira viciada, com palavras diferentes, mas com o mesmo sentido. O exemplo clássico é o famoso 'subir para cima' ou o 'descer para baixo'. Mas há outros, como você pode ver na lista a seguir: - elo de ligação - acabamento final - certeza absoluta - quantia exata - nos dias 8, 9 e 10, inclusive - juntamente com - expressamente proibido - em duas metades iguais - sintomas indicativos - há anos atrás - vereador da cidade - outra alternativa - detalhes minuciosos - a razão é porque - anexo junto à carta - de sua livre escolha - superávit positivo - todos foram unânimes - conviver junto - fato real - encarar de frente - multidão de pessoas - amanhecer o dia - criação nova - retornar de novo - empréstimo temporário - surpresa inesperada - escolha opcional - planejar antecipadamente - abertura inaugural - continua a permanecer - a última versão definitiva - possivelmente poderá ocorrer - comparecer em pessoa - gritar bem alto - propriedade característica - demasiadamente excessivo - a seu critério pessoal - exceder em muito .
Pense bem antes de falar ou escrever para nao cometer tais erros!!!

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Os estatutos do homem



Os Estatutos do Homem (Ato Institucional Permanente)

A Carlos Heitor Cony


Artigo I
Fica decretado que agora vale a verdade.
agora vale a vida,
e de mãos dadas,
marcharemos todos pela vida verdadeira.

Artigo II
Fica decretado que todos os dias da semana,
inclusive as terças-feiras mais cinzentas,
têm direito a converter-se em manhãs de domingo.

Artigo III
Fica decretado que, a partir deste instante,
haverá girassóis em todas as janelas,
que os girassóis terão direito
a abrir-se dentro da sombra;
e que as janelas devem permanecer, o dia inteiro,
abertas para o verde onde cresce a esperança.

Artigo IV
Fica decretado que o homem
não precisará nunca mais
duvidar do homem.
Que o homem confiará no homem
como a palmeira confia no vento,
como o vento confia no ar,
como o ar confia no campo azul do céu.

Parágrafo único:
O homem, confiará no homem
como um menino confia em outro menino.

Artigo V
Fica decretado que os homens
estão livres do jugo da mentira.
Nunca mais será preciso usar
a couraça do silêncio
nem a armadura de palavras.
O homem se sentará à mesa
com seu olhar limpo
porque a verdade passará a ser servida
antes da sobremesa.

Artigo VI
Fica estabelecida, durante dez séculos,
a prática sonhada pelo profeta Isaías,
e o lobo e o cordeiro pastarão juntos
e a comida de ambos terá o mesmo gosto de aurora.

Artigo VII
Por decreto irrevogável fica estabelecido
o reinado permanente da justiça e da claridade,
e a alegria será uma bandeira generosa
para sempre desfraldada na alma do povo.

Artigo VIII
Fica decretado que a maior dor
sempre foi e será sempre
não poder dar-se amor a quem se ama
e saber que é a água
que dá à planta o milagre da flor.

Artigo IX
Fica permitido que o pão de cada dia
tenha no homem o sinal de seu suor.
Mas que sobretudo tenha
sempre o quente sabor da ternura.

Artigo X
Fica permitido a qualquer pessoa,
qualquer hora da vida,
uso do traje branco.

Artigo XI
Fica decretado, por definição,
que o homem é um animal que ama
e que por isso é belo,
muito mais belo que a estrela da manhã.

Artigo XII
Decreta-se que nada será obrigado
nem proibido,
tudo será permitido,
inclusive brincar com os rinocerontes
e caminhar pelas tardes
com uma imensa begônia na lapela.

Parágrafo único:
Só uma coisa fica proibida:
amar sem amor.

Artigo XIII
Fica decretado que o dinheiro
não poderá nunca mais comprar
o sol das manhãs vindouras.
Expulso do grande baú do medo,
o dinheiro se transformará em uma espada fraternal
para defender o direito de cantar
e a festa do dia que chegou.

Artigo Final.
Fica proibido o uso da palavra liberdade,
a qual será suprimida dos dicionários
e do pântano enganoso das bocas.
A partir deste instante
a liberdade será algo vivo e transparente
como um fogo ou um rio,
e a sua morada será sempre
o coração do homem.


Santiago do Chile, abril de 1964

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Amadeu Thiago de Mello (Barreirinha, 30 de março de 1926) é um poeta brasileiro.

Natural do Estado do Amazonas, é um dos poetas mais influentes e respeitados no pais, reconhecido como um ícone da literatura regional.

Tem obras traduzidas para mais de trinta idiomas. Preso durante a ditadura (1964-1985), exilou-se no Chile, encontrando em Pablo Neruda um amigo e colaborador. Um traduziu a obra do outro e Neruda escreveu ensaios sobre o amigo. No exílio, morou na Argentina, Chile, Portugal, França, Alemanha. Com o fim do regime militar, voltou a sua grande cidade natal,Barreirinha, onde vive até hoje.

Seu poema mais conhecido é Os Estatutos do Homem, onde o poeta chama a atenção do leitor para os valores simples da natureza humana. Seu livro Poesia Comprometida com a Minha e a Tua Vida rendeu-lhe, em 1975, ainda durante o regime militar, prêmio concedido pela Associação Paulista dos Críticos de Arte e tornou-o conhecido internacionalmente como um intelectual engajado na luta pelos Direitos Humanos.

Em homenagem aos seus 80 anos, completados em 2006, foi lançado, pela Karmim, o CD comemorativo A Criação do Mundo, contendo poemas que o autor produziu nos últimos 55 anos, declamados por ele próprio e musicados por seu irmão, Gaudêncio Thiago de Mello.

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http://www.revista.agulha.nom.br/tmello.html

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http://pt.wikipedia.org/wiki/Thiago_de_Mello

Eucalipto e Meio Ambiente


O eucalipto consome muita água?

A água é essencial para a vida. Nas plantas, ela tem um papel fundamental, pois é um dos componentes necessários para a realização da fotossíntese. Por esse processo ocorre a fixação do carbono atmosférico, na presença de água e luz. Considerando-se qualquer cobertura vegetal, o volume de água que de fato chega ao solo é o resultado da diferença entre a quantidade que chove e a que é interceptada pela copa das plantas. Do volume de água que chega à superfície do solo, parte é infiltrada e outra parte é escoada diretamente para córregos e rios. Da porção infiltrada, também uma parte evapora-se do solo e outra parte é usada pela planta para crescer e se reproduzir.Trata-se da transpiração.A transpiração é, portanto, a evaporação da água empregada nos diversos processos que ocorrem dentro da planta. Ela se dá por meio das folhas, através dos seus estômatos, como são chamadas as estruturas microscópicas responsáveis pela comunicação da planta com a atmosfera.
Como tudo isso ocorre simultaneamente, os processos de evaporação (solo) e de transpiração (planta) podem ser combinados, caracterizando o fenômeno conhecido por evapotranspiração, que reflete efetivamente a quantidade de água que determinado tipo de planta utiliza por unidade de área.

A água que se infiltra pelo solo pode ainda chegar ao lençol freático (posição do perfil do solo onde todos os poros estão saturados com água). Pode também ocorrer o oposto, que é o chamado "fluxo ascendente". Para uma melhor compreensão, todo esse ciclo hidrológico é representado na Figura 3.
O eucalipto consome muita água?
Desde 1995 a Aracruz estuda e quantifica cientificamente os componentes do ciclo hidrológico em uma área representativa de seus plantios de eucalipto no Espírito Santo. Esses estudos fazem parte de uma iniciativa denominada Projeto Microbacia, destinada ao melhor entendimento das relações entre o eucalipto e o ambiente. Esse projeto abrange uma área de 286 hectares, composta por plantios de eucalipto entremeados com florestas nativas. Os estudos envolvem a avaliação de um ciclo completo do eucalipto, do plantio à colheita. É ali que ocorrem diversas experiências, realizadas em parceria com universidades, centros de pesquisa, organizações não governamentais (ONGs) e órgãos ambientais, tanto nacionais como internacionais, que estão relacionados ao final desta publicação. Os estudos especificamente relacionados ao ciclo hidrológico do eucalipto tiveram a importante participação do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e também do CSIRO, renomada instituição de pesquisa da Austrália.

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Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais

Hidrologia Florestal

O Eucalipto seca o Solo ?

Prof. Walter de Paula Lima - LCF/ESALQ/USP
Sociedade Brasileira de Ciências do Solo - Volume 29 – Número 1 – janeiro/abril 2004

Em 1972, ao ingressar na universidade como Auxiliar de Ensino no então Departamento de Silvicultura da ESALO, deparei-me pela primeira vez com esta pergunta, que já corria solta por aí, como parte de um conjunto folclórico de atributos desta árvore. As informações disponíveis não ajudavam muito, pelo contrário. Naquela época ainda não se falava muito sobre impactos ambientais. Havia trabalhos escritos que deliberadamente "jogavam mais lenha na fogueira", assim como havia também alguns resultados que mostravam um valor absurdamente elevado para a estimativa do consumo de água pela espécie (tipo assim, 360 litros de água por árvore e por dia, o que é improvável, fisicamente falando, pois corresponde a um valor quase 10 vezes maior do que o consumo máximo que ocorre em regiões equatoriais). Então resolvi dirigir minha tese de doutorado para estudar esse assunto em plantações de eucalipto no campus da ESALO. Alguns anos depois houve uma demanda no IPEF para um estudo similar no Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais, fruto do surto de reflorestamento naquela região, que resultou em uma bem elaborada tese de mestrado. Depois surgiram vários outros trabalhos similares, não apenas em outras partes do país, mas também no exterior. De sorte que informações e resultados experimentais sobre o consumo de água por florestas de eucalipto começaram a se acumular, permitindo uma avaliação mais consistente sobre esta questão. Mas a pergunta original não desaparecia, ressurgindo constantemente aqui e acolá, toda vez que o assunto eucalipto estava sendo discutido. Assim como muitos outros avanços conseguidos em várias áreas da ciência florestal, como por exemplo, a biologia molecular, como ferramenta moderna do melhoramento florestal baseado em marcadores moleculares para a identificação de diferentes materiais genéticos, o conhecimento do processo fisiológico da transpiração florestal, bem como as ferramentas para sua medição, foram enriquecidos sobremaneira nos últimos 20 anos, como é o caso, por exemplo, do uso de modelos físicos de estimativa da transpiração que também incorporam a participação da vegetação no processo através de características fisiológicas de cada espécie. Ainda assim a pergunta continua firme, ressurgindo agora até com mais força, como é por exemplo o caso de dois projetos de lei que tramitam na Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo, um deles proibindo o plantio de eucalipto em regiões de mananciais (?), enquanto o outro exigindo Relatório de Impacto Ambiental para plantios maiores que cinco hectares.


“Deserto verde”? Com o manejo adequado, que leva em
conta a manutenção dos valores e dos serviços ambientais da paisagem,
a foto mostra que o eucalipto não exclui a diversidade biológica.
“Floresta de eucalipto com cerca de 20 anos de idade no Paraná”

De duas uma. Ou a ciência não está conseguindo eliminar esta inquietude, por uma razão ou outra, ou o problema não é apenas técnico, ou físico, ou biológico, o que aparentemente é o caso. De fato, a solução dos problemas ambientais não se consegue somente com a ciência convencional, mas sim a partir da análise de toda a complexidade dos aspectos ecológicos, sociais e culturais envolvidos em cada um deles. De sorte que a pergunta ainda permanecerá por muito tempo. Ou pelo menos enquanto se procurar apenas demonstrar que o consumo de água pelo eucalipto não difere muito do consumo de outras espécies florestais. Esta evidência já se encontra bastante consistente a partir de inúmeros resultados experimentais. O consumo de água pela vegetação depende do clima e da área total das folhas da floresta (o chamado índice de área foliar) e guarda relação direta com a fotossíntese. Por outro lado, este consumo de água deve ser sempre analisado de duas maneiras: primeiro, em termos do consumo total anual do eucalipto, comparativamente ao consumo de outros tipos florestais, o qual, como já afirmado, não é diferente; segundo, em relação à eficiência do uso desse total de água, em termos da quantidade de madeira produzida por unidade de água consumida na transpiração, na qual o eucalipto leva até ligeira vantagem, ou seja, usa a água disponível de forma mais eficiente. Mas estas evidências são apenas parte de um problema maior.


"Manejo integrado de microbacias". A foto mostra o vertedor da microbacia experimental
da Estação Experimental de Ciências Florestais de Itatinga, da USP, a qual se encontra
reflorestada com eucalipto há mais de 60 anos. O monitoramento da vazão e da qualidade
da água do riacho vem sendo feito de forma continua desde 1989. O manejo que se preocupa
com a manutenção dos valores e dos serviços ambientais proporcionados pela mata
ciliar pode garantir a permanência da vazão e da qualidade da água.

Por que então o solo seca? Por que riachos e córregos desaparecem? Por que microbacias inteiras se degradam? Por que nossos rios agonizam? Por que essa preocupação toda para com a água, que parece que está acabando?

Bem, parte talvez possa ser atribuída às mudanças climáticas. Trata-se de uma análise em escala macro do problema. Por enquanto são suposições baseadas em modelos complexos que foram desenvolvidos a partir da constatação do gradativo aumento da concentração do dióxido de carbono na atmosfera, o chamado efeito estufa, decorrente principalmente da queima de combustíveis fósseis. Reflorestar pode ajudar a seqüestrar esse excesso de carbono da atmosfera, dizem.

Numa escala menor, mais compreensível para a maioria das pessoas, devemos considerar que as condições climáticas que governam a disponibilidade, ou o suprimento, natural de água para os mais diversos usos variam de região para região. Há a região do semi-árido, por exemplo, o "polígono das secas", onde o calor é elevado, a evapotranspiração (conjunto de todas as perdas de água por evaporação) é sempre elevada e o total anual de chuvas é normalmente baixo. Portanto, não sobra quase nada de água das chuvas para recarregar o solo e os aqüíferos. Só há vazão nos riachos quando chove. Por outro lado, há regiões em que chove bastante e durante praticamente todos os meses do ano, num total bem maior do que o total anual de evapotranspiração, em termos médios anuais. Portanto, nestes casos há sempre excedente de água, que recarrega o solo e os aqüíferos e que alimenta a vazão dos riachos e dos rios durante o ano todo. Entre estes dois extremos há toda uma variação de condições deste balanço entre o total de chuvas e o total de evaporação. Conhecer estas características climáticas de disponibilidade de água é fundamental. Em condições nas quais já é pouco o suprimento natural de água, então qualquer alteração da paisagem, como a substituição de vegetação de menor porte por florestas, pode resultar num aumento do consumo de água, podendo gerar conflitos de uso da água. O zoneamento ecológico deve levar em conta estas variações de disponibilidade natural de água. Este é um dos aspectos. O outro é saber que a floresta, seja ela qual for, consome mais água do que vegetação de menor porte, como a pastagem, ou as culturas agrícolas.

E chegamos, finalmente, na escala principal desta análise, que é a escala micro, no sentido de ser a escala onde ocorrem as ações de manejo, onde o homem planta, colhe, destrói, desmata, preserva, compacta o solo, abre estradas, pavimenta, impermeabiliza, sistematiza o terreno, soterra nascentes, protege nascentes, põe fogo, ara, gradeia, não faz nada, faz monoculturas extensas, planta até na beira do riacho, protege a mata ciliar, queima a mata ciliar, cria gado, não cuida da pastagem, constrói açudes, instala pivô central, irriga, planta soja, planta cana, planta milho, planta eucalipto. Estas ações acontecem na escala pequena das propriedades rurais, onde estão também as microbacias hidrográficas. E é na escala das microbacias hidrográficas que o foco principal das ações de manejo sustentável dos recursos hídricos tem que estar centrado, pois as microbacias são as grandes formadoras e alimentadoras dos rios e dos grandes sistemas fluviais. Mas infelizmente não existe ainda em nosso país uma política pública mais forte que incentive e fortaleça esta escala de atuação. Um exemplo a des tacar, neste sentido, são os programas de microbacias hidrográficas, bem sucedidos em algumas partes do Paraná e de Santa Catarina, e ainda incipiente no Estado de São Paulo e em outras regiões. É sintomático e, para o foco deste trabalho, extremamente interessante a mudança de percepção dos produtores rurais nestes programas. Antes, eles enxergavam a sua propriedade, a sua cerca intransponível, que delimitava o seu pedaço de chão, o seu mundo. A partir do momento de seu entendimento da filosofia mesmo do programa de microbacia, ele passa a entender que a sua propriedade é apenas parte do sistema maior que é a microbacia. Ou seja, ele e os demais produtores fazem parte de um mesmo sistema, estão todos no mesmo barco. Assim, a mata ciliar, que antes ele enxergava como um problema que "não era seu", ou como um pedaço de terra produtiva que ele ia perder, passa agora a ter outra dimensão, outro valor, pois ela diz respeito à permanência da água. Esta é uma das características da microbacia: ela internaliza as externalidades ambientais. As microbacias são diferentes das bacias maiores no que diz respeito a vários aspectos ecológicos e hidrológicos e uma destas diferenças é que elas são altamente sensíveis às ações de manejo, ou seja, nelas é possível observar uma relação direta entre as práticas de manejo e os impactos ambientais. E neste sentido, o conceito chave é o que se encontra embutido na expressão manejo integrado de microbacias, que significa o planejamento das ações de mar.1ejo (florestal, agrícola, etc) resguardando os valores da microbacia hidrográfica, isto é, os processos hidrológicos, a ciclagem geoquímica de nutrientes, a biodiversidade protegendo as suas áreas críticas e, no conjunto, a sua resiliência, ou seja, sua capacidade de resistir às alterações sem se degradar irreversivelmente. Um dos fatores mais importantes para a permanência desta capacidade éa integridade do ecossistema ripário, ou seja, a pujança da mata ciliar protegendo adequadamente toda a cabeceira de drenagem, as margens dos riachos, assim como outras porções de terrenos mais saturados ao longo da microbacia. É por isso que estas áreas são consideradas de "preservação permanente", no sentido de que sua preservação proporciona serviços ambientais importantes, sendo á água, sem dúvida, o mais importante destes serviços ambientais, ou seja, serviços que o ecossistema nos proporciona de graça, como são, no caso, a quantidade de água, a qualidade da água e o regime de vazão que emanadas microbacias hidrográficas. Quando estas áreas perdem estas características naturais, elas se tornam mais vulneráveis a perturbações, que de outra forma seriam normalmente absorvidas. Assim, pode-se dizer que foi a perda gradativa de resiliência dos ecossistemas ripários das nossas incontáveis microbacias, e toda a degradação hidrológica decorrente dela, o fator principal da diminuição e degradação dos recursos hídricos, do secamento do solo, da morte de córregos e riachos.

Fica claro, desta forma, que o eucalipto é apenas parte do problema de secamento do solo. O problema é mais complexo e passa pelo resgate imprescindível de todos estes valores ambientais e hidrológicos acima discutidos, principalmente aqueles relacionados com o planejamento adequado da ocupação dos espaços produtivos da paisagem. Ao longo da paisagem, há espaços de produção, de grãos, de fibra, de madeira, de carne, de leite, por que senão não haveria desenvolvimento, não haveria como zerar a fome. Mas há também, como vimos, espaços que têm nítida vocação de proteção do ecossistema, para proporcionar os serviços ambientais que também precisamos para continuar crescendo de forma sustentável. O manejo das florestas de eucalipto tem que levar em conta estas particularidades ecológicas e hidrológicas. Pela mesma razão, também tem a mesma responsabilidade social o manejo da soja, da cana, da laranja, do boi, assim como o planejamento da ocupação imobiliária da bacia hidrográfica que abastece as represas de abastecimento de água das cidades. Neste sentido, até por questão de justiça, não devemos esquecer que o planejamento urbano tem também parte da culpa. As cidades são os espaços onde vive a maioria da população, mas não é por causa disso que podem ficar alheias às necessidades de conservação das microbacias, já que a urbanização é o segundo maior fator de degradação hidrológica, depois da agricultura. E já existe mesmo no mundo um forte movimento de resgate destes valores hidrológicos nas áreas urbanas, com ações que visam, por exemplo, "desenterrar" os córregos canalizados e integrá-los na paisagem com seus atributos inerentes, como a mata ciliar por exemplo, que além da importância hidrológica agrega, também, valor estético ao ambiente urbano. E deve contribuir, também, para mudança de percepção dos cidadãos para com a necessidade da conservação dos riachos e de suas microbacias.

Esta análise complexa de todos os fatores envolvidos é a maneira correta de se equacionar o problema da conservação da água na natureza. Atribuí-lo a apenas um fator isolado significa iludir-se, ou usar o artifício de encontrar um bode expiatório para todas as mazelas ambientais. Como disse Jean-Jacques Rosseau, “A natureza nunca nos engana; é sempre nós que enganamos a nós mesmos”.

fonte - http://www.ipef.br/hidrologia/eucaliptosecaosolo.asp


Sinais de Pontuação

A gente/agente

Muitos confundem se estas palavras são escritas juntas ou separadas.

A expressão "a gente" faz parte de uma linguagem mais coloquial, na qual nós só utilizamos na fala, em uma conversa com amigos mais íntimos. Na escrita, ela deverá ser substituída pelo pronome pessoal do caso reto – “Nós”.

Observe o exemplo:
Ontem a gente viu muitos amigos no shopping.
O correto seria: Ontem nós vimos muitos amigos no shopping.


Caso você resolva empregar a palavra “agente”, saiba seu real significado. 

Agente =  aquele que age, produz algum efeito; pessoa que executa qualquer ato jurídico.

Por exemplo: Ele trabalha como agente secreto do FBI.


LEMBRE-SE: É fundamental termos sempre o dicionário ao nosso lado, pois ele nos orienta quanto à grafia correta e quanto ao significado daquilo que pretendemos escrever, além de ampliar bastante o nosso vocabulário.


quinta-feira, 15 de abril de 2010

Turma da Mônica



Mau/Mal

Use MAU quando for o oposto de BOM.
Use MAL quando for oposto de BEM.

Dica: tente substituir a palavra mau ou mal por bom ou bem e veja em qual dos casos a frase fica com melhor sentido.

Exemplos:
Os maus sempre acabam perdendo.
O lobo mau não se deu bem.
Foi mau! Não faça isso!
A AIDS é um mal sem cura.
Passou mal e foi embora.    
Mal chegou já quis sair. 

Aja/Haja

AJA é uma flexão do verbo AGIR.
HAJA é uma flexão do verbo HAVER.

Exemplos:
Aja de acordo com sua consciência.
Devemos colaborar para que haja paz no mundo.

Houve/ouve

HOUVE é uma flexão do verbo HAVER.
OUVE é uma flexão do verbo OUVIR.

Exemplos:  
Houve muita confusão na praça.
Apesar da idade, ela ouve muito bem.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Evolução

Que estamos no século 21 eu já sei
Mas quero confirmar as coisas que sempre sonhei
No mundo de hoje há uma nova geração
Mas que muita gente desconhece, sem razão.
Mas eu sei que vou conseguir, eu vou chegar lá
Vou subir, mais alto que todos, ninguém vai me segurar
A evolução chegou em nossa vida
A computação chegou na minha escola
Isso vai melhorar o nosso aprendizado
Temos que nos preparar, com esse mundo globalizado
A procura de empregos está cada vez mais acirrada
Quem tem mais conhecimento, é quem ganha essa parada
Saber mexer num computador te prepara para o futuro
Porque só os fortes sobreviverão no mundo
Se liga no toque que eu vou dar
Se você quer ser alguém na vida, é melhor você estudar
O mundo está evoluindo, já dá pra notar
Telefone fixo já era, agora a moda é o celular
Viver de papai e mamãe, isso já não cola
Se você não ficar esperto, o mundo te devora


Rickson Rodrigues de Sousa
Aluno da 8ª A - EM "Reinaldo Alves Costa" - Ponte Nova-MG

terça-feira, 13 de abril de 2010

Robinho dos Santos





Robson de Souza, o Robinho, é uma das maiores revelações do futebol brasileiro dos últimos tempos. Natural de São Vicente, no litoral de São Paulo, o garoto foi descoberto cedo. Cedo também foi o seu ingresso no futebol profissional. Com apenas 18 anos já conquistou o Campeonato Brasileiro pelo Santos, quando foi o destaque.

A história de Robinho com a bola de futebol - na época, o futsal – começa no extinto Esporte Clube Beira-Mar, que hoje virou uma quadra que leva o nome do craque. Ainda na categoria mamadeira, ele levava os torcedores ao delírio e os seus adversários ao desespero com os já desconcertantes dribles.


Com nove anos, marcou 73 gols numa única temporada no futebol de salão. Descoberto pelo técnico Roberto Antônio dos Santos, o Betinho, o menino rapidamente trocou o salão pelo campo em 1994 e foi defender a Associação Atlética dos Portuários. De lá para as categorias de base do Santos Futebol Clube, vizinho ao Portuários, não demorou quase nada.

Sempre com o companheiro Diego, Robinho, no seu início no Peixe, ainda era coadjuvante. Na primeira vez que a diretoria ligada ao futebol profissional foi ver um jogo da dupla, era Diego quem mais chamava a atenção. Aos poucos, Robinho ganhou notoriedade e, após o título do Campeonato Paulista sub-17 em 2001, subiu junto com o amigo.


Os santistas não acreditavam que uma mesma safra de garotos daria duas jóias ao clube. O atacante ainda ganhou o aval de Pelé, com quem chegou a treinar na época em que o Rei do Futebol coordenou as categorias inferiores do Santos.

Em 2002, enfim, o Brasil conheceu Robinho. Em menos de um ano, ele deixou de ser promessa para se tornar uma grata realidade do futebol brasileiro. Naquele Campeonato Brasileiro, ajudou o Santos a quebrar uma série de 18 anos sem títulos. Na decisão, contra o maior rival e principal vítima – o Corinthians, Robinho reinou.

Além de fazer gol, mostrou o seu cartão de visita: as famosas pedaladas, drible que o deixou ainda mais em evidência. Em 2003, foi vice-campeão da Copa Libertadores da América. No ano seguinte, voltou a comandar o Santos em mais uma conquista do Brasileirão. Robinho resgatou a alegria que o brasileiro estava acostumado e com saudade no futebol.


Depois de conquistar o Brasil, chegava a hora de buscar novos horizontes. Seu ex-técnico no Santos, Vanderlei Luxemburgo, foi quem abriu as portas da Europa para ele e contratou Robinho para o Real Madrid. Ao chegar à Espanha, o ex-santista já herdou a camisa 10 de um dos mais consagrados times de futebol do mundo.

Pela Seleção Brasileira, Robinho ainda é praticamente um novato. Após o fracasso do Brasil na Copa do Mundo da Alemanha, quando ele teve poucas oportunidades, o atacante é praticamente nome certo em todas as convocações da CBF e deve seguir assim, e como titular, até o próximo Mundial.


Em 1 de setembro de 2008, Robinho completou uma mudança para Manchester City.


sexta-feira, 9 de abril de 2010

Mapas

Mapa Mundi

Mapa Mundi - Político




Mapa do Continente Americano

Mapa da América do Sul - Político
OBS.: Neste mapa a palavra Brasil está escrita com Z ao invés de S. Isso acontece porque, em inglês a palavra Brasil é escrita com Z. POR FAVOR, BRASILEIROS, ESCREVA BRASIL COM S.


Mapa do Brasil - Estados e Regiões


Mapa do Brasil - Estados


Mapa do Brasil - Hidrografia


Mapa do Brasil - Relevo

Minas Gerais - no Brasil



Minas Gerais - Regiões Administrativas

Mapa de Itanhandu







ATENÇÃO:
No site http://www.suapesquisa.com/mapas você encontra muitos mapas que podem enriquecer sua pesquisa e seu conhecimento.

terça-feira, 6 de abril de 2010

Martin Luther King Jr.

Nome completo: Martin Luther King, Jr.
Nascimento: 15 de janeiro de 1929 - Atlanta, GA - Estados Unidos
Morte: 4 de abril de 1968 (39 anos) - Memphis, TN - Estados Unidos
Ocupação: Pastor protestante e ativista político
Prêmios Nobel da Paz (1964)

Martin Luther King, Jr. (Atlanta, 15 de janeiro de 1929 — Memphis, 4 de abril de 1968) foi um pastor protestante e ativista político estadunidense. Membro da Igreja Batista, tornou-se um dos mais importantes líderes do activismo pelos direitos civis (para negros e mulheres, principalmente) nos Estados Unidos e no mundo, através de uma campanha de não-violência e de amor para com o próximo. Se tornou a pessoa mais jovem a receber o Prémio Nobel da Paz em 1964, pouco antes de seu assassinato. O seu discurso mais famoso e lembrado é "Eu Tenho Um Sonho".

Vida familiar
Luther King Jr. nasceu em Atlanta, filho de Martin Luther King que era agricultor e Alberta Williams King que era pastora. Graduou-se no Morehouse College, em 1948, com um bacharelado em sociologia. No Morehouse, teve como mentor Benjamin Mays, um ativista dos direitos civis. Em 1951 viria a formar-se no Seminário Teológico Crozer, em Chester, Pensilvânia, e em 1954 se tornou pastor da Igreja Batista, em Montgomery, Alabama. Em 1955 recebeu um PhD em Teologia Sistemática pela Universidade de Boston, razão do uso comum do título de doutor.

Casamento e filhos
Luther King casou-se com Coretta Scott King (27 de Abril de 1927 - 30 de Janeiro de 2006) em 18 de Junho de 1953. O pai de King realizou a cerimónia de casamento na casa dos pais de Scott em Marion, Alabama. King e a sua esposa tiveram quatro filhos.Todos os quatro filhos de King seguiram os passos do pai como activistas de direitos civis, apesar de que as opiniões e crenças sejam bastante diferentes entre eles.

Ativismo político
Em 1955, Rosa Parks, uma mulher negra, se negou a dar seu lugar em um ônibus para uma mulher branca e foi presa. Os líderes negros da cidade organizaram um boicote aos ônibus de Montgomery para protestar contra a segregação racial em vigor no transporte. Durante a campanha de 381 dias, co-liderada por King, muitas ameaças foram feitas contra a sua vida, foi preso e viu sua casa ser atacada. O boicote foi encerrado com a decisão da Suprema Corte Americana em tornar ilegal a discriminação racial em transporte público.

Depois dessa batalha, Martin Luther King participou da fundação da Conferência de Liderança Cristã do Sul (CLCS, ou em inglês, SCLC, Southern Christian Leadership Conference), em 1957. A CLCS deveria organizar o ativismo em torno da questão dos direitos civis. King manteve-se à frente da CLCS até sua morte, o que foi criticado pelo mais democrático e mais radical Comitê Não-Violento de Coordenação Estudantil (CNVCE, ou em inglês, SNCC, Student Nonviolent Coordinating Committee). O CLCS era composto principalmente por comunidades negras ligadas a igrejas Batistas. King era seguidor das idéias de desobediência civil não-violenta preconizadas por Mohandas Gandhi (líder político indiano também conhecido como Mahatma Gandhi), e aplicava essas idéias nos protestos organizados pelo CLCS. King acertadamente previu que manifestações organizadas e não-violentas contra o sistema de segregação predominante no sul dos EUA, atacadas de modo violento por autoridades racistas e com ampla cobertura da mídia, iriam criar uma opinião pública favorável ao cumprimento dos direitos civis; e essa foi a ação fundamental que fez do debate acerca dos direitos civis o principal assunto político nos EUA a partir do começo da década de 1960.

Martin Luther King Jr. profere o seu famoso discurso "Eu tenho um sonho" em março de 1963 frente ao Memorial Lincoln em Washington, durante a chamada "marcha pelo emprego e pela liberdade".Ele organizou e liderou marchas a fim de conseguir o direito ao voto, o fim da segregação, o fim das discriminações no trabalho e outros direitos civis básicos. A maior parte destes direitos foi, mais tarde, agregada à lei estado-unidense com a aprovação da Lei de Direitos Civis (1964), e da Lei de Direitos Eleitorais (1965).

King e o CLCS escolheram com grande acerto os princípios do protesto não-violento, ainda que como meio de provocar e irritar as autoridades racistas dos locais onde se davam os protestos - invariavelmente estes últimos retaliavam de forma violenta. O CLCS também participou dos protestos em Alabany (1961-2), que não tiveram sucesso devido a divisões no seio da comunidade negra e também pela reação prudente das autoridades locais; a seguir participou dos protestos em Birmingham (1963), e do protesto em St. Augustine (1964). King, o CLCS e o CNVCE uniram forças em dezembro de 1964, no protesto ocorrido na cidade de Selma.

Em 14 de outubro de 1964 King se tornou a pessoa mais jovem a receber o Nobel da Paz, que lhe foi outorgado em reconhecimento à sua liderança na resistência não-violenta e pelo fim do preconceito racial nos Estados Unidos.

Com colaboração parcial do CNVCE, King e o CLCS tentaram organizar uma marcha desde Selma até a capital do Alabama, Montgomery, a ter início dia 25 de março de 1965. Já haviam ocorrido duas tentativas de promover esta marcha, a primeira em 7 de março e a segunda em 9 de março.

Na primeira, marcharam 525 pessoas por apenas 6 blocos; a intervenção violenta da polícia interrompeu a marcha. As imagens da violência foram transmitidas para todo o país, e o dia ganhou o apelido de Domingo Sangrento. King não participou desta marcha: encontrava-se em negociações com o presidente estado-unidense, e não deu sua aprovação para a marcha tão precoce.

A segunda marcha foi interrompida por King nas proximidades da ponte Pettus, nos arredores de Selma, uma ação que parece ter sido negociada antecipadamente com líderes das cidades seguintes. Este ato tresloucado causou surpresa e indignação de muitos ativistas locais.

A marcha finalmente se completou na terceira tentativa (25 de março de 1965), com a permissão e apoio do presidente Lyndon Johnson. Foi durante esta marcha que Stokely Carmichael (futuro líder dos Panteras Negras) criou a expressão "Black Power".

Antes, em 1963, King foi um dos organizadores da marcha em Washington, que inicialmente deveria ser uma marcha de protesto, mas depois de discussões com o então presidente John F. Kennedy, acabou se tornando quase que uma celebração das conquistas do movimento negro (e do governo) - o que irritou bastante ativistas mais radicais e menos ingênuos.

A partir de 1965 o líder negro passou a duvidar das intenções estadunidenses na Guerra do Vietnã. Em fevereiro e novamente em abril de 1967, King fez sérias críticas ao papel que os EUA desempanhavam na guerra. Em 1968 King e o SCLC organizaram uma campanha por justiça sócio-econômica, contra a pobreza (a Campanha dos Pobres), que tinha por objetivo principal garantir ajuda para as comunidades mais pobres do país.

Também deve ser destacado o impacto que King teve nos espetáculos de entretenimento popular. Ele conversou com a atriz negra do seriado Star Trek original, Nichelle Nichols, quando ela ameaçava sair do programa. Nichelle acreditava que o papel não estava ajudando em nada sua carreira e que o estúdio a tratava mal, mas King a convenceu de que era importante para o negro ter um representante num dos programas mais populares da televisão.

Martin Luther King era odiado por muitos segregacionistas do sul, o que culminou em seu assassinato no dia 4 de abril de 1968, momentos antes de uma marcha, num hotel da cidade de Memphis. James Earl Ray confessou o crime, mas anos depois repudiou sua confissão. A viúva de King, Coretta Scott King, junto com o restante da família do líder, venceu um processo civil contra Loyd Jowers, um homem que armou um escândalo ao dizer que lhe tinham oferecido 100 mil dólares pelo assassinato de King.
Em 1986 foi estabelecido um feriado nacional nos EUA para homenagear Martin Luther King, o chamado Dia de Martin Luther King - sempre na terceira segunda-feira do mês de janeiro, data próxima ao aniversário de King. Em 1993, pela primeira vez, o feriado foi cumprido em todos os estados do país.


Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Benedita da Silva

59ª Governadora do Rio de Janeiro
Mandato: de 6 de abril de 2002 a 1 de janeiro de 2003
Senadora do Brasil pelo Rio de Janeiro
Mandato: 1995 - 1998
Deputada Federal do Brasil pelo Rio de Janeiro
Mandato: 1986 - 1994
Vereadora do Rio de Janeiro
Mandato: 1986 - 1994

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Nascimento: 26 de abril de 1942  - Rio de Janeiro

Partido: PT

Profissão: Assistente social

Origens:

Benedita Sousa da Silva Sampaio (Rio de Janeiro, 26 de abril de 1942) é uma política brasileira, tendo sido Governadora do Rio de Janeiro.

Benedita da Silva nasceu em 1942 no cidade do Rio de Janeiro, e viveu, durante 57 anos, no Morro do Chapéu Mangueira no Leme[1].

É formada como auxiliar de enfermagem, e tem diploma universitário no curso de Serviço Social. É casada com o ator Antônio Pitanga, que é pai de Camila e Rocco Pitanga.

Carreira política

Iniciou sua carreira política ao se eleger vereadora em 1982, após militância na Associação de Favelas do Estado do Rio de Janeiro. Em 1986, foi eleita deputada federal, cargo para o qual se reelegeu em 1990.

Na Legislatura de 1987-1991, Benedita participou da Assembleia Nacional Constituinte, onde atuou como titular da Subcomissão dos Negros, das Populações Indígenas e Minorias. Em seguida, passou à Comissão de Ordem Social e da Comissão dos Direitos e Garantias do Homem e da Mulher. Em 1992, tida como favorita para vencer as eleições para a prefeitura do Rio terminou o primeiro turno na frente, mas foi derrotada no segundo turno por César Maia. Em 1994, tornou-se a primeira mulher negra a ocupar uma vaga no Senado.

Foi eleita vice-governadora do Rio de Janeiro em 1998 na chapa de Anthony Garotinho. Para assumir o cargo, renunciou ao mandato de Senadora, que só terminaria em 2002 - assumiu o suplente Geraldo Cândido.

Com a renúncia de Anthony Garotinho para concorrer à Presidência da República assumiu o governo em abril de 2002, tornando-se a primeira mulher negra a governar um Estado brasileiro.

Foi candidata a reeleição, mas foi derrotada ainda no primeiro turno por Rosinha Garotinho, mulher do ex-governador Anthony Garotinho.

Seu governo tampão foi marcado por forte crise financeira e troca de acusações entre ela e seu antecessor pela responsabilidade nos rombos do governo - o TCE-RJ reprovou as contas do Exercício de 2002.

"Segundo os conselheiros, as duas administrações descumpriram as constituições Federal e Estadual, e violaram a Lei de Responsabilidade Fiscal" [2].

Em 2001, presidiu a Conferência Nacional de Combate ao Racismo, Discriminação Racial, Xenofobia e Intolerâncias Correlatas, que reuniu mais de dez mil pessoas de todo país, entre lideranças de ONGs e governos.

Com a eleição de Lula para a presidência do Brasil, assumiu a Secretaria Especial da Assistência e Promoção Social, com status ministerial.

Deixou o Governo sob polêmica após usar recursos públicos em um evento religioso na Argentina. Devolveu o valor das diárias e das passagens.
Desde janeiro de 2007, é Secretaria de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos, do Governo Sérgio Cabral Filho.

Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Milton Gonçalves

Milton Gonçalves (Monte Santo MG 1934). Ator. Integrante do Teatro de Arena de São Paulo, participa da definição das bases da companhia, tanto no que diz respeito à linha interpretativa quanto na fundação do Seminário de Dramaturgia, atuando em seus mais importantes espetáculos. Hoje mais assíduo no cinema e na televisão, é freqüentemente convidado para debates, demonstrando preocupação com questões políticas e sociais, do teatro e do país.

Depois de iniciar sua carreira no teatro amador e no teatro infantil, ingressa no elenco do Teatro de Arena, estreando em Ratos e Homens, de Steinbeck, com direção de Augusto Boal, em 1956. A vivacidade cênica e o talento revelados desde o início, a identificação com a proposta popular do grupo e seu interesse pelos métodos de preparo de ator desenvolvidos por Boal, contribuem para garantir-lhe um lugar de destaque na equipe, na qual ele exerce variadas funções. É, também, um assíduo freqüentador dos cursos e laboratórios promovidos pelo Arena, e membro fundador do seu Seminário de Dramaturgia. Entre os seus desempenhos no Arena destacam-se: Eles Não Usam Black-Tie, de Gianfrancesco Guarnieri, com direção de José Renato, 1958, na criação da personagem Bráulio; e - sob a direção de Augusto Boal - Chapetuba Futebol Clube, de Oduvaldo Vianna Filho, 1959; Revolução na América do Sul, de Augusto Boal, 1960; Pintado de Alegre, de Flávio Migliaccio, e O Testamento do Cangaceiro, de Chico de Assis, 1961; A Mandrágora, de Maquiavel, no papel de Ligúrio, 1962; Arena Conta Zumbi, de Augusto Boal e Gianfrancesco Guarnieri, 1965.

No Teatro Experimental do Negro de São Paulo, faz uma rápida passagem como autor de Sucata. No Teatro Nacional de Comédia, TNC, faz As Aventuras de Ripió Lacraia, de Chico de Assis, 1963. No Teatro Jovem, participa de América Injusta, de Martin B. Duberman, com direção de Nelson Xavier, 1966. Faz parte do elenco de Barrela, de Plínio Marcos, dirigido por Luiz Carlos Maciel, cuja montagem é proibida pela censura, em 1968. No mesmo ano, participa da criação de um outro espetáculo sobre um texto do mesmo autor, Jornada de Um Imbecil Até o Entendimento, no Grupo Opinião.

Atua, na montagem ousada de Paulo Afonso Grisolli, no musical Alice no País Divino Maravilhoso, de Sidney Miller, Paulo Afonso Grisolli, Tite de Lemos, Luiz Carlos Maciel e Marcos Flaksman,1970. Integra o elenco de A Farsa da Boa Preguiça, de Ariano Suassuna, dirigido por Luiz Mendonça, numa produção do Grupo Chegança, 1975.

Em 1980 realiza uma das suas interpretações mais comoventes, como o cantor de Os Órfãos de Jânio, de Millôr Fernandes, encenado por Sergio Britto, no Teatro dos Quatro; desempenho que contribui para que lhe seja outorgado, em 1981, o Prêmio Estácio de Sá, pelos serviços prestados ao teatro carioca.

Na década de 80, quando sua presença no palco torna-se mais esporádica, participa do musical Vargas, de Dias Gomes, encenação de Flávio Rangel, 1983, e de Orfeu da Conceição, de Vinícius de Morais, em 1989.

Amplia cada vez mais sua atuação no cinema, veículo no qual tem desempenhos destacados em filmes como em Macunaíma, 1969; Eles Não Usam Black-Tie, 1981; Um Trem para as Estrelas, 1987; e trabalha repetidamente também em co-produções internacionais, como O Beijo da Mulher Aranha, 1985; e Luar Sobre Parador, 1988.

Sua presença na televisão é também intensa, em novelas de sucesso da TV Globo, onde também trabalha como diretor de novelas - Escrava Isaura e Irmãos Coragem, entre outras - miniséries e programas humorísticos. Faz, sem maior repercussão, algumas experiências como diretor de teatro, assinando montagens de O Noviço, de Martins Pena; Arena Conta Zumbi, de Augusto Boal e Gianfrancesco Guarnieri; e As Três Moças do Sabonete, de Herbert Daniel. Durante muitos anos exerce, paralelamente às suas atividades como ator, a profissão de radialista; e é também formado em jornalismo, ofício que pratica esporadicamente.

Na década de 90, atua em Master Harold...e os Meninos, de Athol Fugard, 1990, e interpreta Lima Barreto em Lima Barreto ao Terceiro Dia, de Luís Alberto de Abreu, 1995.

O crítico Yan Michalski, na obra inédita Pequena Enciclopédia da Teatro Brasileiro, define o ator: "Intérprete muito espôntaneo, dotado de forte simpatia em cena e de voz envolvente, ele canaliza suas capacidades inatas para composições intelectualmente bem amparadas e detalhadas dos seus papéis. Nos seus mais de 30 anos de carreira, ele é um dos atores negros mais bem sucedidos nos palcos (e nas telas) do Brasil, tanto em papéis em que a sua cor é uma exigência do 'physique du rôle' como nos que poderiam ser feitos indistintamente por brancos ou pretos. O respeito de que goza no meio e a firmeza das suas atividades valem-lhe uma informal posição de liderança entre os artistas cênicos negros do país".( MICHALSKI, Yan. Milton Gonçalves. In: _________. PEQUENA Enciclopédia do Teatro Brasileiro Contemporâneo. Material inédito, elaborado em projeto para o CNPq. Rio de Janeiro, 1989.)